Eu me cobro demais

Eu me cobro demais

Eu me cobro demais!

Cobro perfeição não só no trabalho quanto na comida que faço, nas limpezas, na quantidade de coisas que anoto para fazer em um dia. Eu faço listas… listas e mais listas de afazeres que vão desde varrer a casa, marcar consultas médicas, lavar roupa e escrever aqui no Blog ou editar um vídeo novo e no final do dia eu risco tudo que consegui cumprir.

Mas a verdade é que cada ítem da lista é um compromisso comigo mesma. Um teste de força!eu me cobro demais

Todas as vezes que eu riscava minha lista no final do dia eu me frustrava.
Rever o que designei para meu dia não ser cumprindo a risca me fez sentir  impotente: sentimento comum a quem tem algum tipo de compulsividade ou impulsividade.

Você sabe aquela sensação de que fez merda e que não dá pra voltar atrás?
Também posso comparar com a sensação de frustração, bem presente na minha vida.

Eu sei que muitas vezes, a depressão e ar pesado dessa casa me deixa bem preguiçosa – aquela preguiça de não fazer nada!
Aquela incapacidade de brigar com a vida a ponto de estar há 1 ano ensaiando para fazer uma atividade física, ir no mercado 1x por semana, ter um dia super produtivo como dona de casa (não sei de você percebeu mas estou desempregada desde fevereiro) mas acabar comendo metade da geladeira, metade da dispensa, passar a tarde assistindo youtube, cutilando a unha ou sofrendo por não estar arrancando cabelo – e claro, que foi um ano de sensação de fracasso e frustração dia após dia.

Comecei a perceber muitas coisas, e uma delas, essencial para viver sã e salva é ter menos atividades e compromissos na semana, no dia.

Parece boicote mas quando comecei a entregar a lista inteira feita – a mim mesma- no final do dia me sentia melhor. Então, sendo bem sincera com você que me lê, eu tenho uma pergunta pra fazer.

 Será que se frustrar é um objetivo que alimentamos dentro desses transtornos que temos?

Eu não tenho essa resposta, mas, desde que comecei a ser realista comigo mesma, tive menos frustração e mais energia a cada dia.

Eu não fazia uma lista de afazeres possíveis, e sim eventos em quantidades que idealizava concretizar.

Ser honesta comigo mesma me ajudou a entender pontos em que eu sempre falhava e que hoje tem sido sucesso. Tarefas realizadas. Essa semana, por exemplo, eu fiz atividade física 3x.

Consegui limpar a casa, um pouquinho mais por dia.
Consegui brincar e gastar o Sir Tobias 2x – porque esse monstrinho bebê precisa de atividade para acalmar a alma e, sendo bem objetiva, consegui fazer tudo que estava na minha lista há meses e que nunca tinha tempo ou disposição. Só não pense que foi sorrindo… Sim! Foi na marra.

A diferença entre essa semana e o resto do ano que se passou desde que nos mudamos é que eu aceitei que não preciso acordar às 6:30h pra fazer atividade física, e mais engraçado é que estou fazendo exercícios às 18:30h.

Na verdade eu comecei a ver a minha rotina X minha realidade.
O que eu preciso fazer?
O que eu quero fazer?
O que eu amo fazer?
O que eu consigo fazer?

Eu idealizava acordar às 6h e meu corpo – de mulher desempregada e sem filhos – quer acordar às 8h.
Respeitei, e o dia ficou mais proveitoso.

Idealizava acordar, fazer café, molhar as plantas, brincar com cachorro, fazer atividade física, TUDO antes das 10h da manhã.
possível?
Melhorei o sono, coloquei uma rotina possível e tenho tempo até para estudar hoje em dia.

Não se trata de acordar tarde.
Não se trata de não fazer listas.

O que estou desenhando  é a minha necessidade de criar frustrações, aumentando minha carga de tarefas, diminuindo o horário de sono, me cobrando cada dia mais cumprir e fazer mais coisas  para me sentir produtiva quando na verdade, estava me boicotando para gerar frustração – sensação de fracasso – que sentia quando arrancava cabelo, e que agora sem arrancar não existia mais.

Eu me cobro demais e talvez eu só precisasse de uma lista possível.
Talvez me cobrar demais fosse uma rotina que não precise mais e que ainda alimentava.

O que estou tentando dizer é que talvez, apenas talvez, seja viciada na sensação de frustração.
Sensação comum de quem fracassa em seus propósitos, anos alimentado pela tricotilomania e que sem arrancar, eu tenha mantido o objetivo de sentir essa sensação – substituindo uma frustração por outra(s).

Não é engraçado que tenha conseguido parar de fumar sozinha, perdido 20 quilos em dietas super restritivas e que esteja ainda amarrada em sensações que a tricotilomania alimentava?

A lição que esse mês de março me trouxe é: Seja honesto com você mesma e logo, as atividades possíveis vão aumentando sozinhas na sua lista.

Pratique ter sensações boas com seus resultados e tarefas do dia e a Endorfina, garra, animo e alegria serão sensações mais presentes no seu dia!
Gerar essas sensações boas duante o dia vão te dar mais energia para conquistar e alcançar mais coisas boas, mais controle do que precisamos e menos estresse.

Não se diminua: evolua!

Qual a necessidade de me sentir fracassada todo dia?

eu me cobro demais

 

 

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