Quem é você?

Quem é você?

Em algum momento da vida você tinha ideais, ideias e vigor e hoje em dia esta perdido? Seu rumo não se parece nada claro e pra falar a verdade você nem sabe o que esta fazendo aqui agora? O que a sua vida se tornou é o que você trabalhou enquanto tinha tempo energia só para você?
Eu tenho uma pergunta para você! Você sabe quem é você?

Agora vamos falar de mim.
Eu sou uma mulher realizada em muitas instâncias da vida, como por exemplo no trabalho. Sou completamente grata Deus por ter me dado vitalidade e garra para dormir tarde e acordar cedo todos os anos em que briguei pra trabalhar e terminar a faculdade – caso queira saber um pouco mais sobre minha trajetória, clique AQUI e assista o vídeo em que conto mais de mim. Na verdade, são apenas 50 fatos sobre mim mas já ajuda ver um pouco do meu caminho. Hoje pós graduada em Museologia sou tão orgulhosa de mim que estou aqui escrevendo e sorrindo.

Socialmente bebia, saia, vivi a noite na lapa do Rio de Janeiro às ruas e calçadas rock and roll também. Além de curtir também cantava nas bandas dos amigos e taí uma coisa que nunca tive e hoje gostaria de ter: uma Banda de rock and roll. A gente saia de casa a noite com óculos escuros na bolsa porque já sabia que iriamos voltar depois que o próximo dia amanhecesse.
Estávamos lá curtindo de quarta à domingo, o bom velho rock and roll, cerveja e muitas risadas e no meio disso tudo, tive aulas de bateria, guitarra, Talk box, gaita, Beatles, Van Halen, Led Zeppelin, Deep Purple, aula de canto e a grande e única oportunidade de fazer um show cover de Bon Jovi no Falecido Garage – presente do meu querdíssimo dindo e amigo Fábio Figueiredo- show do kissa casa mais underground do Rio de Janeiro na década de 80 e 90.garage rio de janeiro

 

 

 

 

 

 

Foram anos de muitos shows de amigos e de bandas famosas também.
Estou falando de 2002 à 2009, anos intensos demais pra eu conseguir explicar aqui mas, resumindo, algumas pessoas conhecem Jesus e tem suas almas salvas, eu conheci o Bom e Velho Rock and Roll, pessoas bem sucedidas em seus trabalhos, amigos que bebiam (bebiam) e bebiam comigo das 22 às 7h da manhã, mas que também impulsionaram meus estudos e carreira toda vez que eu pensei, suspirei, tentar desistir de algo. Amigos que emagreceram, amigos que engordaram, amigos que faleceram, amigos que dizem que me amam até hoje.

Você já disse que ama algum amigo, olho no olho com a mesma intensidade da batida do seu coração?
A primeira vez que eu disse  “Eu te amo” foi para um namorado em 1995. Nunca tinha dito isso antes pra ninguém e a segunda vez foi numa dessas ruas undergrounds, obscuras… O nome dele é Maurício Mello, e foi com ele, esse amigo, que descobri que se poderia amar para além de um namoro.
Minha primeira vez, meu primeiro e legítimo amor e daí pra frente era “Eu te amo” pra todo lado, todo amigo que realmente me fizesse sentir aquilo e WOW!!! Como era bom amar assim. Só amando, entende?

Todos os amigos que vieram depois do Maurício tiveram o meu melhor, que eu nem sabia que tinha aquele sentimento dentro de mim, que eu nem conhecia e eu tinha 22 anos!

Ah! Meus 22 anos marcou tanta descoberta e tropeço que de certo, sou grata por ter ido pro mundo, como os antigos costumam dizer, com a plenitude da maior idade – ainda bem que sou boa moça ou estaria escrevendo da cadeia agora pra você porque a possibilidade de amor estava ali assim como tantas outras coisas.
Eu trabalhava, estudava em universidade pública, morava sozinha e tinha aquela turma quase todo dia e sabe o que aconteceu? Por conta disso não faço ideia dos bares que ficavam ao redor da UERJ. Meu reduto não era ali e, pra vocè ter idéia a minha primeira chopada (festinha regada a cerveja de R$1,00 das Universidades) foi no último período, quando o habitual é ser no primeiro.

quem é você?Quando minhas obrigações acabavam eu corria para os meus amigos, colegas, meu rock and roll, cantar minhas 2 músicas em cada noite, ébria, rindo e aprendendo sobre Clapton e Hendrix ou sobre o maldito solo de bateria  do John Bonham em Moby Dick… e toda noite, lá ia o Junior tentar fazer. E toda noite os malditos bêbados aplaudiam.😂

TOCA RAUL!!

Tinha sempre esse filho da puta né?
Mas esse também pedia o chicken always que nada mais era do que Time do Pink Ployd “Ticking away the moments that make up a dull day”

Eu me dividia entre o grupo das meninas, as baleias – o primeiro moto club sem moto e dos meninos, que chamo de meninos até hoje. Eram os Músicos e suas bandas.
As meninas me ensinaram a trabalhar, a sentar, a rir mais baixo, o que era sapato peep toe peep toee maquiagem, e modos (mas modos eu deixei a desejar um cadinho 😂), o amor pelo Rock Glam. Os meninos me ensinaram o amor pelo rock and roll clássico dos anos 70 e 80, som que salvou minhas tristezas e aperfeiçoou minhas alegrias. Eu poderia citar tantos nomes, mas deixaria muita gente de fora  por acabar esquecendo de alguém, e à todos vocês meu muito obrigada!

De verdade eu amava cantar mas nunca estudei canto pra melhorar o que fazia. Era diversão, e hoje, sinto falta disso… mas esse texto não é uma escrita saudosista não, só estou aqui hoje começando a falar de mim de fato.
Quem fui, quem sou e o que amadureci.

Nesse período eu sofri um grave acidente e consigo me lembrar que entre uma cochilada e outra no hospital, mesmo fora do horário de visitas, estava sempre um grupo (bem maior do que o hospital poderia permitir) para me ver ali em recuperação. Flashs que me davam energia de acordar e continuar lutando para sair daquele hospital e voltar aos meus amores.

Naquele mundo doido de encontros e desencontros vi gente bem magrinha quebrar garrafa pra defender honra de prostituta.
Vi amores começarem, casamentos acontecerem, ganhei uma afilhada maravilhosa dentro de uma família formada por um alemão e uma mocinha maravilhosa do Acre (o acre existe, gente).
Vio acre existe festas de aniversário, vi gente mal encarada cheia de amor ao próximo, vi cabeçada no nariz também… Uma noite dessas o  Amigo rui deu uma cabeçada em mocinho que achou por bem desrespeitar uma mulher.
Vi um briga de amplificadores, briga de volume de guitarra.
Vi morador de rua beber com funcionário de Multinacional na mesma mesa.
Vi meninos maquiados saindo do carro de guarda-chuva pra não estragar a chapinha.
Vi gente com a camisa do Metallica cantando Bon Jovi de olhos fechados…  muita coisa que em 22 anos o mundo não me ensinou nem me mostrou: Respeito ao próximo, alegria e possibilidades. familia

Hoje moro em São Paulo, longe de tudo isso, muitas vidas seguiram, outras mudaram e o certo é que ainda estamos todos ligados, uns nos corações dos outros, cada um com a lição que aquele tempo nos deixou, mas, o que não deveremos deixar nunca de lembrar é a vitalidade que tínhamos e os sonhos que queríamos construir – e é sobre sonhos que volto aqui pra falar no próximo post!

 

 

Minha adolescência foi aos 22 anos, idade que pude ver a diversidade, ver drogas, ver estilos e escolher o caminho que ia seguir e que na noite, em uma das esquinas mais escuras do Rio de Janeiro, eu pude escolher ser feliz e buscar melhores oportunidades de emprego, de estudo e amizade e que hoje, nessa minha confusão mental me ajudam a lembrar da minha alegria e energia, dos meus sonhos e do brilho que a vida tinha antes e que a rotina dessa busca pelo emprego perfeito tentou apagar nos últimos anos mase, que graças a eles, consigo sentir vivo no meu coração agora: energia boa, vitalidade e coragem!

Vou me despedir contando que foi uma fase em que eu usei toca, aplique, peruca, bandana – e que minha bandana já caiu na frente de todos eles, empolgada com meu show nos vocais – e nada mudou, nada, nunca! Foi uma época em que amizades conheceram os amigos dos amigos, os pais dos amigos, os filhos, os amigos do trabalho de cada um, entrou nas casas, nas famílias e transformou muitos de nós em uma família: uma família de Famílias.

Obrigada!

Quais são as suas histórias?

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