Fim do canal, do jeito que conhecemos, sim!

Me trato contra tricotilomania e depressão desde os 13 anos de idade (1993). Eu ia para a psicóloga – apaixonada por estar andando de ônibus sozinha pela primeira vez – mas, na sala da psicóloga, eu fazia de tudo para não deixar ela acessar minhas caixinhas de sentimentos.

Me lembro que um dia ela me pediu para desenhar minha família e eu, virando os olhos, desenhei meio com raiva pois já tinha 13 anos – qualé!  Fazer desenho?

Desenhei, e como não sabia desenhar mãos com detalhes, desenhei todo mundo com a as mãos para trás, e, sabia  que ela ia me perguntar porquê tinha feito daquele jeito, e me lembro até hoje a pergunta dela:

O que você está tentando esconder?

Esconder, entende?
Eu escondi as mãos de todo mundo e ela queria saber o que eu escondia em mim, a partir do desenho, e  bom, segui me trantando – pulando de psicóloga em psicóloga entre os anos.

Cortando para o ano de  2012.
Em 2012 inciei meu tratamento mais intensivo, que incluía terapia, antidepressivos, ansiolíticos, e, também remédios antipsicóticos, que me deixaram um tanto atordoada.
Eram muitos remédios tarja preta juntos, mas, era o tratamento…  e contra indicação e efeitos colaterais a parte (clique aqui para ver o vídeo), eu tive o resultado esperado: tive cabelo. 

Dentro desse atordoado todo, parei de trabalhar e foi aí, que o rafa, meu marido, sugeriu que eu fizesse um blog. Esse blog seria meu diário e eu poderia encontrar mais pessoas como eu, conversar com elas e eis-me aqui!

Em seguida veio o Canal e a repercussão toda!
Até 2015 incluia vídeos de desabafo, mas, após o fim do tratamento do Hospital das Clínicas, comecei a repensar sobre o que poderia doar a mais de informações para as pessoas que me acompanhavam.

De 2016 até 2018, tentei manter um ritmo de vídeos, investi tempo, edições e vinhetas feitas no Movie Maker (sem atualizações do Windows desde 2012 e extinto por completo em 2017), celulares com imagem melhor, uma câmera nova, um estabilizador de imagem, brigas com meu marido por computador lento, pagina do blog desatualizada, etc.  Eu realmente investi!

Prezei sempre meus aprendizados, respeitar as pessoas e suas necessidades, o tempo de cada um, as dores, os vícios além das doenças, conversei com mães desesperadas, com adolescentes suicidas, com adultos que descobriram que tinham um “problema” depois de me conhecer na internet, nas entrevistas para o Programa Encontro com Fátima Bernardes, entrevista para UOL, etc. 

Foram bons, na verdade foram lindo momentos e, como já cansei de falar: sempre foi uma troca! Até que parou de ser uma troca e eu tive certeza de que precisava mudar algo.

Durante esses anos a quantidade de pessoas me procurando foi diminuindo e depois da minha aparição no programa da Globo, ao vivo, que gerou mais de 200 chats na página Dona Endorfina no facebook, ao longo desses meses, zerou!
Raras são as pessoas que me procuram para qualquer coisa.

Como disse no vídeo do Fim do canal, parece que depois que eu fui pra TV as pessoas ficaram mais amedrontadas em serem descobertas, e simplesmente sumiram!
Hoje depois de muito tentar entender, sei que existe o meu tempo e o tempo das pessoas. E esse foi um dos motivos pelo quais eu resolvi parar com os vídeos!

Sempre achei que me comunicava melhor escrevendo, mesmo com alguns erros de gramatica (e muito erros de vírgula), prefiro me comunicar por aqui.
Sempre achei que alcançava mais pessoas aqui no blog, mesmo que os comentários também tenham sumido aqui!

Hoje, exatamente hoje, fazem 8 meses que estive no Encontro, que minha caixa de mensagens e e-mail quadruplicaram em setembro, e desde então, veio diminuindo… até zerar!
Zerou mesmo!

Conversei com psicólogos, além do meu. Conversei com Coach, li sobre markerting pessoal, sobre Freud, Sobre Jung e outros tipos de psicologia, mas, o que eu descobri é que cada um tem um tempo, e esse é o tempo que eu estou me interiorizando, somando  todos os estudos que serviram para me ajudara a me ver melhor.
Principalmente, o tempo em que eu tenho me ajustado para ver o que minha mente suporta, o que ela precisa, quem eu não sou, e onde quero ir.

Descobri alguns sonhos – assim como minhas teorias sobre tricotilomania no canal – eram parte de tudo que eu discursava mas, não era o que eu praticava 100%!

Falando bem a verdade, eu deixei sonhos, projetos de vida, de casal, de estudos, de empresa sem cumprir, sem proceder 100% com o que eu dizia que era correto. Não é estranho descobrir que vive numa teoria se perguntando porque as coisas não davam certo?

Mesmo vivendo bem e realizando tudo que a vida me envolvia, nenhum projeto de vida andou bem nesses últimos 6 anos. Nenhum projeto financeiro, nenhum projeto de vida a dois, nem o de tricotilomania.
E é claro que não é culpa do canal!

O canal também foi excelente, pois mesmo com pouquíssimos inscritos atingi muitas pessoas,  grandes redes de comunicação e só posso dizer que fez parte do meu sucesso  deixar o barco da vida correr solto, ser levada pela maré, lutar e conquistar o que a vida me propunha, mas, e os meus projetos?
Que vida eu queria pra mim?
O que eu queria conquistar?
Porque eu quis fazer faculdade?
Qual tipo de família eu pretendia construir? 

O canal vai acabar, pelo menos nesse formato que temos hoje, pois posso adiantar, que além da minha mente e meus estudos, minha vida esta com grandes mudanças acontecendo.

Todo estudo que fiz sobre tricotilomania, ansiedade, depressão, compulsividade dentro de artigos da área médica, terapêutica e todos os tratamentos que fiz desde o 13 anos de idade acrescentaram a mim, aos meus conhecimentos sobre mim.

E agora,  como poderia ajudar mais pessoas? Tudo que descobri sobre mim ainda não está formulado a ponto de eu conseguir falar ao coração, ao seu coração.
Preciso desse fechamento de ciclo não só para cuidar dessa minha mente, que em dezembro estava para assumir mais um compromisso com pensamentos suicidas e de morte (pensamentos negativos – outro transtorno psíquico) que hoje ainda ocorrem mas cada dia está mais limpa; para ler e continuar estudando, para acertar essa receita de liberdade, juntamente com a concretização de um projeto que estava no papel desde 2009.

Espero conseguir voltar com o canal em um novo ciclo, em um novo momento, com muito cabelo, alegria e muitas palavras, as palavras certas, para lhe dizer como estou fazendo, como vivi e como minha receita poderia ajudar você, que como eu, é paciente de tricotilomania, compulsão alimentar, claustrofobia, depressão. pensamentos negativos, pensamentos suicidas, baixa auto estima, e quem mais se permitir abraçar a vida e se deixar ajudar.

Fecho o clico de vídeos no canal do youtube Dona Endorfina, mas vou deixando aqui algumas descobertas, alguns toques, truques, histórias e se você quiser, e aqui estiver, receberá essas atualizações, da minha vida, da minha mente, das minhas emoções em primeira mão, pois não vou parar nem aqui, nem na Pagina do Dona Endorfina no Facebook.

Mudei de cabelo para esconder as falhas, de numero de roupa para esconder peso, de casa para esconder mágoas, de parceiro para esconder frustrações.
Hoje entendo que o fim do canal Dona Endorfina no youtube é para aumentar minha clareza e descobrir para onde eu quero ir, quem eu sou, que número quero vestir, que casa quero morar, que vida a dois eu sonhei em ter.
Ter metas claras fizeram eu potencializar minha energia e creia, ou ore, pois energia boa lançada volta em dobro pra gente!

Tive sucesso em tudo que me meti na vida mas acredito que chegou a grande hora de decidir meus caminhos para seguir com os passos e confesso que estou com medo! Sim, muito medo! Hoje de manhã a sensação de morte era viva na minha mente mas 2 minutos comigo mesma enxerguei o medo, inteiro tomando conta do meu corpo e assim que o identifiquei vi que aquela sensação era minha mente inventado algo para justificar o frio na barriga; e era só medo de mudar.

Tive medo de mudar – tenho, medo de subir no palco, tive medo de iniciar a pós-graduação em 2016, de me mudar para São Paulo em 2011, medo de dar entrevista em 2017, sempre tive medo de voar de avião… mas vamos falar a verdade né! Quais desses medos (quer saber mais sobre minha vida clique aqui) não foram para me dar coisas, momentos, energias e ideais maravilhosos?

O fim do canal Dona Endorfina no youtube é o fim de um ciclo.
É o fim do canal como conhecemos hoje.

Quero voltar!
Sonho em voltar!
Mas volto, tão somente, e se, minhas mudanças puderem tocar seu coração!
E preciso pensar nessa receita, que por enquanto, vou desenhando aqui nos post.

Desde já agradeço a todos e todas que comentaram, e contaram um pouco de suas histórias para os vídeos, ou nos comentários do Youtube! Agradeço a Deus se algum vídeo ajudou alguém.

Sinto minha missão me chamar mas não vejo como ser exemplo sem aplicar, o que até agora, foi em sua maioria, teoria.

Espero você no próximo post!

Super beijo