A MINHA CLAUSTROFOBIA | Dona Endorfina

A MINHA CLAUSTROFOBIA | Dona Endorfina

Bom, hoje vou falar da minha claustrofobia. Sou paciente de transtorno de ansiedade e não médica, logo, como sempre gosto de deixar bem claro, aqui relato minhas experiências de luta e de vida. Experiências para viver melhor e com qualidade de vida!

Tudo começou em 2011, quando meu marido foi me buscar no Rio de Janeiro, minha cidade natal, de carro – customo dizer que meu cavalo branco foi um Celta prata. rsrsrs e assim que cheguei aqui em Sampa acabei começando um processo de pânico de sair de casa. Alguns disseram que era “Agorafobia”. O que eu sei é que se meu marido ficasse, e ficou, 15 dias fora de São Paulo eu não saia de casa para absolutamente nada, nem pra levar a cachorra que eu tinha para dar uma volta no quarteirão.

claustrofobia
Resumindo bem a história que está melhor explicada no Vídeo A MINHA CLAUSTROFOBIA, eu culpei a cidade em si pelos meus medos e receios, pelo que minha mente criou e que me incapacitava de viver e nos mudamos de volta pro Rio de Janeiro. Dois anos depois estávamos de aqui à São Paulo pois a empresa que meu marido trabalhava fez uma oferta irrecusável e como estava há 2 anos em tratamento com psicologia no Rio achei que poderia vir com algumas “armas” para viver melhor aqui, nessa megalópole – A São Paulo que mesmo com tanto receio, amava.

Não comento no vídeo mas uma das armas para perder o medo de andar sozinha em São Paulo era arrumar um trabalho, disse minha terapeuta e então, arrumei um. Estou na terra do trabalho, não foi difícil! MAs, agora, essa sensação de pânico de sair de casa não era mais a mesma… se transformou, e agora sim vamos começar a falar da minha claustrofobia.

Como arrumei um emprego e comecei a sair, passei a fazer uns “truques” que me ajudavam a ir e vir.
Um deles era sempre usar o mesmo caminho para ir vir sem mudar um passo. E o outro foi ler. Entrava no metro e lia de onde estava, pra onde queria chegar, e ficava as vezes 10 minutos parada na frente nos mapas das idas de metrô pra ter certeza que do metrô Ana Rosa ao Metrô Sé era mesmo o sentido Tucuruvi que teria de fazer. E fazia isso todo dia. Todo dia ate sentir segura que estava do lado certo e indo pro lado certo!

Quando comecei a me sentir vitoriosa e a parar de ligar pro meu marido na rua pra saber onde estava e pra onde ia, comecei a perceber que sentia umas tonturas estranhas dentro das estações de metrô. Essas tonturas foram aumentando, virando rotina e um dia percebi que era vertigens! Tipo labirintite. mas não diagnostiquei nada, até porque, estava me sentindo vitoriosa de andar sozinha, era só um sintominha bobo, corriqueiro ou, algo que comi e não caiu bem.

Com o passar dos dias dentro do metro, transporte que me levava de casa pro trabalho, ida e volta todo dia, comecei a sentir uma coisinha, que já havia sentindo dentro de um engarrafamento no túnel santa Barbara no Rio de Janeiro em 2009: vontade de descer e sair correndo até ver a luz do dia. 

Uma vontade quase incontrolável e que só não fiz para não parecer louca, ou, nesse caso, pra não ser eletrocutado já que o metrô funciona com eletricidade em altíssima voltagem.

A cada intervalo maior entre uma estação e outra o ar me faltava, e a vontade de bater nas portas e gritar por ajuda, por socorro ia aumentado até que um dia, o vagão ficou 20 minutos parado entre a estação República e Anhangabau. Minha sorte é que nesse dia meu marido estava comigo e o meu relato daquele momento é:

Quando as luzes se pagaram, o ar condicionado também cessou e essa falta de ventilação é o que me mais me deixa fora de mim, pronta pra ceder ao meu celebro que acredita piamente que vou morrer, Controlei minha respiração, tentei buscar fixar meus olhos nos do rafa mas o desespero tomava conta de cada centímetro do meu corpo.

A luz voltou mas o ar condicionado não e uma voz anunciava “passageiro na via”.

Ao meu redor as pessoas riam e criticavam e minha mente só queria que eu fosse até aporta e esmurrasse ela pedindo socorro e por um segundo, muito pouco, eu quase cedi. Consegui me lembrar das orientações do meu psicólogo aqui de São Paulo. Mas era orientações sobre pânico de voar e assim mesmo eu fiz. Sentei no chão com minha mochila, rafa do meu lado preocupado, eu de cabeça baixa respirando e dizendo ao meu cérebro um mantra para que minha voltar a mim: esta tudo bem! esta todo mundo bem! Estão todos respirando.

Não sei ao certo quanto tempo durou mas sei que as pessoas nem me viram no chão e quando as portas se abriram na estação Anhangabau eu mal consegui sair devido a quantidade de gente que queria entrar, antes de qualquer de qualquer pessoa sair. Falta de educação comum em São Paulo. E acredite, ainda levei um soco e uma unhada tentando sair desesperada daquele vagão para respirar. Para me sentir melhor.

O mundo não é mais bonito ou mais fácil para mim, mas estou nele quero uma qualidade de vida melhor para mim e minha família, e você pode entender porque sai do Rio para Sampa e porque ainda tenho tantos sonhos.

O mundo é bruto, minha mente é poderosa para o mal e farei dela  poderosa para o bem e para conquistar ainda mais possibilidades, dentre elas a paz interior e o mundo!

Espero que venha comigo.

claustrofobia

Ainda sobre a minha claustrofobia não consigo ficar debaixo de lençol ou edredom, elevador só com poucas pessoas, ver pessoas em vídeo em lugares sem janela, estar em um lugar sem janela, a estação Clínicas e a passagem da linha verde para a linha amarela do metro consolação, etc. Creia, eu já me senti presa no planeta.
Olhei o céu azul e pensei: estou presa aqui dentro!

Esse é meu nível!

Espero que minha exposição (meus cacos expostos nesse site o no canal) sirvam para te impulsionar e para que você veja que não esta sozinha.

Um dia serei mais que Dona Endorfina. Serei #Donadaporratoda

Vou sair dessa!!!

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