Crise de Identidade

Crise de Identidade

Você sabe identificar uma crise de identidade? Bom, fazem umas semanas que estou meio vazia, e até um pouco antes de começar a escrever aqui não estava muito “ligada” ao que poderia ser, apenas estava vazia. Hoje é 22 de novembro, quase 23 (quase véspera de aniversário) quase fim de ano, quase recesso do trabalho, e só pelas datas já seria aquela época do ano em que se começa a repensar a vida, as motivações, os ideais, as vitórias ( que foram muitas) mas algo além disso tudo aconteceu.

Estou intercalando vídeos com posts e talvez devesse começar a fazer post e depois vídeos, pois se você só me conhece por aqui, perdeu uma página importante desse capítulo da minha vida onde eu conto que voltei a tomar ansiolíticos, que me foram receitados pelo meu dermatologista tricologista, assim como também estou fazendo tratamento intensivo para os danos que esse mesmo médico diagnosticou no meu couro cabeludo e o cabelo que estava vindo devagar, está com mais força e nascendo com menos sofrimento pra mim pois eu tinha 3 tipos de foliculite e dermatites capilares. Enfim, preciso repensar nesse mecanismo de escrever e gravar para 2018 – e esse já um novo item da lista! No Canal Dona Endorfina tem o vídeo, caso se interesse em saber mais CLIQUE AQUI.

Voltando ao tal vazio, contei desse dermatologista e do ansiolítico para dizer que descobri hoje que ele (o vazio) é a ansiedade. SIM! O Ansiolítico esta funcionando como deveria e faz quase um mês que comecei a tomar ele, e a viver seus efeitos colaterais, que vem sumindo dia após dia, como funcionam os remédios tarja preta.

O fato é que não tenho mais crises de doce, nos últimos meses atacava muito deles e até os comia escondido, e desde que comecei o ansiolítico, minha obsessão por doces findou. Mesmo! Inclusive já me sinto menos inchada e cabendo melhor nas minhas roupas.

Outro vídeo que fiz desabafando após uma sessão de meditação falava da dica de controle de tricotilomania e nesse vídeo eu falo de budismo, meditação, controle de tricotilomania pelo respeito a si mesmo e você pode assistir CLICANDO AQUI. Mas resumidamente, sem a ansiedade ocupando meu cérebro, meus pensamentos e cada segundo compulsivamente do meu dia eu consegui ver além de mim. Consegui ver o que meu corpo precisa e que estava muito doente da mente.

Não tenho como dizer nada diferente e o que eu pensava todo tempo era: estou muito doente e preciso de ajuda. Mas não sabia o que de fato poderia mais fazer por mim, Foi quando então, resolvi começar a ir nos médicos, lugar onde as pessoas doentes podem se tratar (ou não é isso que eu vivo dizendo?). Gastei meus 500 reais em remédios no dermatologista, 12 tubos de sangue em exames. Fui na ginecologista, mais 10 tubos de sangue, mais exames e taxas hormonais. Eu precisava saber o que estava acontecendo comigo e porque minha mente tentava todo tempo criar situações negativas, prisões, palavras, pesadelos, mortes e sim; pensamentos de suicídio.

Foram duas semanas arrastadas e insanas! Hoje não sei dizer como dei conta de não surtar, confesso. Mas consegui!

Com os resultados dos exames em mãos estamos fazendo os tratamento necessários para meu controle hormonal (não contei antes mas estava 3 meses atrasada com minha menstruação pelos cistos no ovário que tenho desde a primeira menstruação em 1993), o tratamento do couro cabeludo doente que me afligia todos os dias em dores e inflamações e somando agora o ansiolítico. Tudo se acalmando lentamente, no tempo das recuperações, no tempo de sanar e sarar cada um e de repente… De repente tudo que me afligia emocionalmente abaixou e fiquei sozinha comigo mesma. Você sabe o que é crise de identidade?

Eu descobri que desde sempre usei pessoas como referencial de vida e fui seguindo os passos delas, e que essa busca em ser melhor possível pra mim profissionalmente e em realizar sonhos a qualquer custo (com todo custo) me deixou bem paranoica. Não pejorativamente mas estar sozinha comigo mesma me fez sentir solidão, então, entendi que o tal vazio era outra outro sentimento: solidão.

Nessas horas você consegue ver bem e pesar bem as amizades, nessas horas você consegue ver quem esta ao seu lado e quem esta no mundo. É essa a hora que eu descubro mais de mim e de quem me cerca; a hora em que as pessoas vão para seu devido lugar na minha vida, só que dessa vez, sem remorsos, culpa, sem correntes! Amigos são amigos; colegas são colegas e é assim que é. Sem dramas dessa vez! Dentro dessa solidão e balança me ocorreu hoje – e são coisas que você sempre diz mas nunca escuta- que cada escolha uma renúncia, baby!

Sim, minha querida! Eu escolhi sair da minha cidade natal, do meu emprego confortável com 14° salário em dezembro, das minhas rotinas habituais, do meu clube de boxe inglês, amigos que sabiam da minha trajetória de vida e gostos, por outra cidade, sem amigos (amigos a conquistar) sem rotina afim de estar com rafa e nessa nova experiência. Hoje eu tenho meus tantos amigos que nada sabem da minha rotina ou experiência de vida, salvaguardando uma amiga que vou casar -sou madrinha- em dezembro, eles são ótimos e pura energia boa! Tenho especialização em Museologia e trabalho em Museu, um sonho que tenho desde a infância. Sou casada com meu melhor amigo e o melhor companheiro, realizada no trabalho e no amor, vivendo novas experiencias e novos lugares. E aí vem a crítica maior:

Como eu posso estar ainda reclamando da vida? Como eu posso me sentir sozinha? Como eu ainda posso achar que tenho algum problema?

crise

A resposta para essas perguntas é bem fácil, né? Como eu posso estar feliz sem me sentir culpada por isso? Sim, a culpa! Esse é um tema pra outro post, mas de antemão já deixo claro que com a minha vontade de mudar a mente, a ida aos médicos, aceitação de usar a medicação no tratamento, a baixa e o controle da ansiedade e acabar ficando sozinha comigo mesma, próximo ao meu aniversário; do fim do ano gerou uma crise existencial e de identidade profunda, que me fez sentir culpa de estar reclamando de qualquer coisa na minha vida, mas o fato é que sou doente. Sou mentalmente doente e me aceitei para além de ser compulsiva, obsessiva ou ter TOC e, como sempre disse: eram sintomas de algo maior que era sim a doença.

Minha aceitação veio quando percebi que minha mente estava me consumindo e ao ter o primeiro pensamento de suicídio, tive a lucidez de enxergar que iriam me levar a morte em breve. Eu estava olhando para um poço fundo e escuro de mão única.

Quem eu sou, ainda não sei de fato, mas o que posso concluir aqui é que estou abandonando meus exemplos de vida para ser eu pela primeira vez em 25 anos e, me descobrir vai ser parte importante e única, parte mais linda da minha vida até hoje. Pelo menos é o que eu sinto.

Minha crise de identidade veio quando minha crise de ansiedade saiu e tive tempo pra mim e para minhas (outras) reais necessidades.

Você sabe quem é você?

 

 

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