Tratamento: Psicanalista

Tratamento: Psicanalista

Estar sentada numa cadeira acadêmica não me permite chamar psicólogo e psicanalista de médico mas entendo a importância deles no mundo. Principalmente no meu mundo.
Eu nunca tive um bom relacionamento com meus médicos psiquiatras (sim, no plural poque foram realmente muitos) mas contarei sobre isso apenas no próximo post que seguirá minha consulta com a minha psiquiatra nova.

Eu estava falando de psicanálise e pra quem ainda não entende muito bem do assunto eu achei um link (minimalista mas útil) para ilustrar as diferenças entra Psicólogo, Psicanalista e Psiquiatra:  http://veja.abril.com.br/noticia/saude/psicologo-psiquiatra-ou-psicanalista-saiba-quais-sao-diferencas

Voltado para a minha primeira (mais uma vez) consulta com a minha mais nova (mais uma vez) Psicanalista.

A primeira impressão que tive dela é que estava ali mesmo querendo me ajudar e adorei isso! Até poque eu disse ao telefone na hora que ia marcar a consulta que era paciente de tricotilomania e como todos sabemos, tricotilomania ou tricotilofagia não são ainda de conhecimento geral, nem dos médicos, muito menos dos trabalhos especializados. O que quero dizer é que tricotilomania assusta não só seus pacientes mas também aqueles que querem te ajudar e não sabem como.

Eu sei, você queria se ajudar e não sabe como mas também sei que você é paciente e cabe a você querer se tratar e dar motivos pra quem possa se esquivar, de estar ao seu lado. Se este for um médico ou psicanalista, faça com que ele escute você e faça de você o primeiro estudo da vida dele. Pelo menos é assim que eu penso.

Rosaly, minha psicanalista, me perguntou: ” Você vai em algum psiquiatra indicado?” e eu a respondi:

Estou começando todo um tratamento do zero ciente de que quem queira me ajudar estará comigo. Seja amigo ou seja médico. Afinal de contas ninguém sabe mais da minha doença do que eu. Ninguém sabe mais sobre meus dias do que eu.

Foi um desabafo mas qual foi minha surpresa em ver ela sorrir após essas palavras que disse?

Sim! Fiquei não só surpresa como também entendi que o caminho que decidi trilhar, de me assumir, de me libertar, de me fazer ouvir pra conseguir viver melhor estava mais do que correto e então já tinha ganhado o dia e todas as semanas que eu passei lutando desde de que raspei a cabeça. A segunda surpresa foi ter uma conclusão dela ao final dessa nossa primeira consulta. E ela disse:

Você teve uma vida de muita dor. Talvez arranque seus cabelos na tentativa de arrancar o da dor.

Talvez ninguém nunca tenha me dito isso. Talvez eu nunca tenha pensado nisso. Talvez eu jamais tenha visto a minha vida até hoje como sendo de dor, mas… se a cruz que carrego da minha infância até os dias de hoje foi me dada, isso transforma minha vida em superação.

Você consegue entender a diferença entre uma dor imposta pelas circunstâncias da vida e uma dor que você escolheu viver por sua conta e risco?

 

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